Quando comecei a pensar no tema sobre o qual me foi solicitado o artigo para esta secção da nossa revista, senti que um grande desafio surgia a minha frente e só o facto de dar a minha opinião e partilhar a minha experiencia produziu em mim uma sensação de desconforto.
Mas por outro lado, sei que por vezes, quando Deus nos quer usar, tira-nos da nossa zona de conforto, por isso…aqui estou a compartilhar a minha experiência.
Neste assunto posso dizer que cada caso é um caso e que não podemos generalizar.
Não posso afirmar que o “e” é melhor do que o “ou” nem vice-versa mas sim quero dizer que já vivi o “e” e o “ou” que se encontram no título do tema.
Durante quase oito anos, exerci a minha profissão como advogada, que apesar de o fazer por conta própria, este facto não me isentou das obrigações, agendamentos e um sem fim de compromissos que exigiram de mim uma grande parte do meu tempo.
Ao longo desses anos, sempre trabalhei na igreja local nas áreas que me foram confiadas pelo ministério da mesma.
Quando inicie o exercício da profissão tinha duas filhas, a Rebeca de 4 anos e a Ester acabada de nascer.
A partir desse momento comecei a viver um misto de satisfação e realização pessoal na área profissional, na área da maternidade e na área ministerial.
Profissionalmente, cada vez ficava mais envolvida e comprometida com os processos e as vidas que cada um deles representava. O Senhor foi fiel e abençoou sempre providenciando novos clientes, processos importantes e possibilidades de avenças.
Como mãe era-me exigida cada vez mais dedicação, tempo e empenho com a criação e educação das minhas filhotas.
Na Igreja, o trabalho crescia e cada vez era mais solicitada a minha ajuda pois a necessidade era e é maior.
A medida que passava o tempo, sentia-me desgastada e sempre com a impressão de que estava a deixar assuntos importantes sem a devida atenção e dedicação. Comecei a orar por este assunto e coloquei perante Deus todos os meus receios e frustrações.
Foi chegando a algumas conclusões com ajuda do Espírito Santo.
Quase já no fim desses anos de exercício na profissão, Deus nos deu o nosso terceiro filho, Paulo David.
Foi nessa altura que compreendi que:
• A minha família precisava de que eu lhe desse mais tempo em termos de quantidade e de qualidade do mesmo.
• Mesmo que eu não trabalhasse poderíamos sustentar a família, proporcionando tudo o que ela necessitava (não desejava).
• Não me importava com o facto de ter de reduzir despesas não necessárias.
• Ainda que, no exercício da profissão, tivesse uma margem de lucro que me permitisse viver mais desafogadamente, esta terminava por ser absorvida em grande parte pelas despesas que o facto de exercer a profissão me implicava, como despesas com a segurança social, impostos, transportes, infantários, ATL, explicações, roupa apropriada, despesa de escritório etc….
• A realização e o prazer que me proporcionava o exercício da minha profissão ficaram ofuscados com a compensação e gratificação da dedicação à família e à obra de Deus.
• Que Deus me estava a chamar para outro nível de exigência tanto no meu papel de mãe, como no ministério dentro da Sua Igreja .
Por tudo isto decidi, claro que em acordo com o meu marido, deixar de exercer a profissão, facto que não aconteceu de um dia para o outro pois, no meu caso, isso poderia ter graves implicações nas vidas das pessoas que me tinham confiado importantes assuntos; por isso fui resolvendo e encerrando processos até que no dia de hoje estou completamente dedicada a minha família e ao ministério.
Claro que esta é a minha experiencia e não deve ser interpretada como uma norma ou regra geral. O assunto é demasiado importante para tomar decisões dessa maneira.
Aqui deixo algumas questões que considero importantes e que podem, através das respostas que elas tiverem, ser úteis para ajudar a alguém que se encontre numa encruzilhada.
-Tenho ministério ou propósito de Deus que só posso desenvolver se exerço a minha profissão?
-Posso exercer a minha profissão e ao mesmo tempo cumprir satisfatoriamente o meu papel de mãe?
-Em que lugar nas minhas prioridades se encontram a família e a profissão?
-Posso viver e sustentar a minha família mesmo que eu não trabalhe?
-Tenho confirmação de Deus de que essa é a Sua vontade para mim?
-O meu marido opõe-se a que deixe de trabalhar?
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3 comentários:
Mary, muito obrigado por ter partilhado conosco a sua experiencia. Eu partilho da sua opnião, desde que seja vontade de Deus, tudo corre as mil maravilhas. O que nem sempre aconteçe, porque temos o livre abitriu, e deixamo-nos levar pela nossa carne. Então voltamos ao colo do Pai, e voltamos ´s Sua perfeita vontade. Deus a abençoe, assim como a sua familia. Beijos. Lígia Duarte(Logos CC)
Olá Ana,
Esta mensagem veio de encontro às minhas duvidas e à luta que estou a travar em relaçao a este assunto tão delicado. Obrigada pela partilha, serviu para eu refletir seriamente nas questões colocadas, e peço a Deus que me guie e me ajude a tomar a decisão que vai de encontro à Sua vontade. Não é nada fácil...
Beijinhos, que Deus a abençoe, é um exemplo de Mulher :)
Olá querida!
Amei muito o seu blog. E por sinal já estou seguindo...
Já estou utilizando o seu selo no meu blog, gostaria muito de ter o meu listado aqui tbm.
Desde já convido a visitar o meu blog. http://irynha.blogspot.com/
Fica na paz! E que Deus continue lhe abençoando!
Beijinhos!
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